Mas antes deste desejo existe uma “vontade” anterior que deve ser investigada, não sendo necessariamente capitalista, nem influenciada pelos meios de comunicação de massa ou os aparelhos ideológicos da sociedade. A vontade neste caso pode ser por exemplo, tanto em praticar um esporte, em comer algo diferente, sobre algum produto comercial ou até em desejar alguém próximo.
(...continuação)
A imagem que é clara na mente das pessoas é o desejo no consumismo mas a vontade como desejo não é algo que se separa para analisar. A vontade, que chamo de platônica, não significa que é inalcançável mas é de certa forma “autossuficiente”. Dando o exemplo da vontade ser de outra pessoa, é denominado também de “amor platônico”.
Mas este não significa que é um amor impossível e inatingível, mas é um amor por si só. A pessoa pode estar longe do amado mas pode estar perto, porque na ideia de amor platônico o verdadeiro objeto da vontade é o próprio amor, ama-se o sentimento.
Mas este não significa que é um amor impossível e inatingível, mas é um amor por si só. A pessoa pode estar longe do amado mas pode estar perto, porque na ideia de amor platônico o verdadeiro objeto da vontade é o próprio amor, ama-se o sentimento.
Por isso que de certa forma o conceito é ligado com a distância física entre os amantes (sendo que não é algo necessário), nesse sentido, não se procura consumir o objeto que se tem vontade ou deseja, já que é o próprio motor desse amor. E de certa forma é uma força, uma potência que é armazenada até o momento de se tornar concreta e começar a ser consumida.
Isso também significa que o metafísico é mais durável e mais elevado do que o físico. Seria a ideia de que, o que é da mente não morre e o que é físico sim? Talvez. Mas é para se pensar que o físico está muito mais próximo dos defeitos da existência, das imperfeições cotidianas, enquanto que o metafísico por mais complicado que seja discuti-lo ao mesmo tempo envolve-se de uma “penumbra” e se aproxima do ideal.
A partir daí encontramos uma associação que é premissa na maioria dos argumentos, a de que a felicidade está no fim deste caminho de desejos e vontades. As vezes ela pode não fazer nem parte da equação inicial.
A partir daí encontramos uma associação que é premissa na maioria dos argumentos, a de que a felicidade está no fim deste caminho de desejos e vontades. As vezes ela pode não fazer nem parte da equação inicial.
Para Arthur Schopenhauer o que nos faz buscar o Outro é mais um fator de cunho biológico e que é dirigido por algo que é essência das coisas. Para ele também, em geral, nós sempre buscamos e queremos alguma coisa.
Ao realizar o desejo, satisfazemo-nos e logo já queremos outra coisa, a não ser se atingirmos o ápice e ai o que permanece é o tédio. Portanto, diz Schopenhauer, nossa existência, em uma analogia com um pêndulo, oscila entre o tédio e o sofrimento.
A proposta que Schopenhauer faz é a procura do asceticismo que é se manter afastado dessas vontades físicas, que como um monge enclausurado, procura-se atingir elevadas formas de satisfação que não são possíveis nesse consumo frenético dos desejos.
Então deve-se encarar as duas formas e um deve escolher entre abraçar todos os problemas do consumo definhador e físico, ou encarar as satisfações elevadas que só serão encontradas de forma árdua e penosa.
Em ambas as atitudes, há de se entender que causam uma certa dor e há a impossibilidade da total realização. Desta forma há uma contradição em que o sujeito que ama tem uma energia para com o sujeito amado e ele pode, tomar a atitude de evitá-la e assim chegar a esvaziar-se dela, ou a partir do momento que é concretizada, começar a definhá-la. Mas é um definhamento, trágico e belo, afinal quem poderia supor que o amor só traz problemas?
Então deve-se encarar as duas formas e um deve escolher entre abraçar todos os problemas do consumo definhador e físico, ou encarar as satisfações elevadas que só serão encontradas de forma árdua e penosa.
Em ambas as atitudes, há de se entender que causam uma certa dor e há a impossibilidade da total realização. Desta forma há uma contradição em que o sujeito que ama tem uma energia para com o sujeito amado e ele pode, tomar a atitude de evitá-la e assim chegar a esvaziar-se dela, ou a partir do momento que é concretizada, começar a definhá-la. Mas é um definhamento, trágico e belo, afinal quem poderia supor que o amor só traz problemas?
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